sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Grito Sarau reúne múltiplas culturas na Casa dos Coimbras



Poesias no varal, exposição de material reciclado, muita música e descontração. Esse foi o ambiente trazido pelo Grito Sarau, que rolou essa noite na Casa dos Coimbras em Braga. A iniciativa da produção cultural independente proposta pelo Sarau colou muito bem em Portugal. Foi uma oportunidade de conhecer pessoas de diversos países em meio a papos descontraídos, o que nos deu ideia da dimensão que a iniciativa Grito Rock trouxe.
Em conversa descontraída, Marcelo "Camelo", o mediador e idealizador do Sarau em Braga conta: "Apesar de eu já ter organizado oficinas de poesia e saber que isso emociona as pessoas, não esperava ver isso aqui. A arte tem esse poder de despertar sentimentos nas dos mais variados modos."
Ouvimos baladas ao longo de toda a noite com o brasileiro Hermes Pimentel. O paraibano de Umbuzeiro se sentiu em casa nesse ambiente diferenciado "O pessoal só sai de casa para beber, mas tocar violão e ouvir poemas não é uma coisa que fazemos todos os dias. É uma boa forma de integrar a galera e se divertir”, diz ele.
Além da música que agitou a galera, o espanhol Jose Luis Lopez nos deu uma aula de como a arte está em todo lugar. Reaproveitando materiais descartados, o espanhol nos mostrou que lixo também pode ser reciclado para se transformar em cultura. Suas obras estavam espalhadas por toda a sala, causando grande surpresa para o público do Grito.
Houve aqueles que recitaram suas poesias na roda, ou mesmo os que encontraram uma delas nos varais espalhados pelo espaço para ler, assim, até mesmo os poetas ausentes participaram do evento. Entre os participantes do Grito Sarau uma coisa foi unanimidade: Todos querem ter a oportunidade de ter mais reuniões como essa.  
A internacionalização desse encontro foi algo que impressionou a organização do evento. Podíamos encontrar pessoas de mais de dez nacionalidades distintas. E cada um deles de alguma forma colaborou com um "bocadinho" para a troca cultural.
Claudio Ferreira, do Cabo Verde, que se apresentou ao lado da compatriota Carla Lima mostrou um pouco da cultura do seu país com canções emocionantes. Estudante há cinco anos em Portugal, Cláudio conta que ficou surpreso com a iniciativa "Não estamos acostumados a nos reunir para falar de coisas profundas como falamos aqui, acho que através da arte podemos atingir o íntimo das pessoas.”
A chilena Sofia Fernandez, cantora mais ovacionada do Sarau, se surpreendeu com o que viu por aqui hoje: "Fiquei até um pouco nervosa, mas o clima familiar que o Sarau nos traz facilita a integração. Me soltei e fiquei feliz por compartilhar minhas composições próprias."
Frederico Siqueira, um dos representantes da Casa dos Coimbras abriu portas aos próximos Grito Rock: "Nós nunca tivemos um evento como esse, acho que essa iniciativa de reunir as pessoas para transmitir algo de valor é muito boa e deve acontecer mais vezes."
A recepção do evento foi positiva, o público internacional que compareceu comprou a idéia do Sarau de uma maneira muito boa. Renato Belineli, um dos colaboradores do Grito Rock, se emocionou ao pronunciar no encerramento: “A arte é isso, desperta sentimentos de felicidade e tristeza ao mesmo tempo, e posso dizer que é a melhor das sensações que já provei.”
O Grito Sarau sem dúvida deixou uma boa impressão para quem veio acompanhar esse segundo dia de Grito Rock. A Casa dos Coimbras repleta de artistas independentes se transformou num encontro de amigos, que voltam com a certeza de que a troca cultural dessa iniciativa tem tudo pra pegar de vez na Europa.      


Escrito por: Dennis Lima
Colaboração: Paula Lopes e Alexandre Vale

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