O ano de 2012 começa sendo um ano muito significativo em termos de produções culturais. Em Portugal, as cidades de Braga e de Guimarães foram eleitas, respectivamente, a Capital Europeia da Juventude (CEJ) e a Capital Europeia da Cultura (CEC). O título de Capital Europeia da Cultura é uma iniciativa da União Europeia para promover uma cidade da Europa, fomentando o desenvolvimento cultural e facilitando intercâmbio entre as diversas cidades e países do território europeu. Na mesma direção, a Capital Europeia da Juventude surge como uma ação do Fórum Europeu da Juventude com o intuito de valorizar as políticas e iniciativas voltadas aos jovens.
Aqui,
os termos “juventude” e “cultura” não aparecem por acaso. Demonstram a preocupação
em ampliar o espaço de participação dos jovens nas agendas políticas, bem como
valorizar e promover variadas formas de expressão em diversas realidades
sociais e culturais. Busca-se uma juventude consciente e participativa, capaz
de desenvolver alternativas criativas que aprofundem - de maneira coletiva - a
conquista e a ampliação dos direitos e que valorizem a pluralidade e as trocas
culturais.
Nos
últimos anos, algumas iniciativas vêm cumprindo esse papel potencializador ao
serem protagonizadas por jovens que se articulam de maneira colaborativa em
prol das múltiplas dimensões culturais e de suas formas de experimentação.
Nesse quadro é que se inserem projetos como o Grito
Rock.
Depois de uma
longa trajetória no Brasil e constituindo-se como o maior festival integrado da
América Latina, o Grito Rock comemora seus 10 anos de estrada ampliando ainda
mais os caminhos percorridos. Neste ano, o projeto será realizado em 15 países
de diferentes continentes, contando com a participação de mais de 200 cidades, e
chegando pela primeira vez na Europa com a edição inaugural do Grito Rock Braga. Todas as edições são produzidas de
forma interdependentes e com o objetivo de dinamizar a circulação de artistas,
agentes, produtores, produtos e tecnologias culturais.
O festival
surge como uma inquietação crítica ao carnaval “comercial”, no Brasil, e busca
oferecer alternativas para as comemorações de início de ano com a valorização
do cenário independente. Assim, a cada ano o projeto foi ganhando força e
atingindo uma amplitude cada vez maior, traduzindo o interesse dos artistas,
produtores e público pela valorização da pluralidade cultural.
Nesse contexto,
realizar o Grito Rock Braga tem sido um grande desafio. Apesar de termos
sentido uma abertura e uma receptividade muito grande para novas ideias, estar num
outro continente requer o reconhecimento de que lidamos com outra cultura,
outras relações pessoais e outras visões de mundo. Ainda que no caso de
Portugal tenhamos uma história que nos une, existem as idiossincrasias e as
especificidades locais que exigem certas adequações a outras formas de
trabalho, de relação com público e de receptividade ao projeto.
Depois de
conversar com outros produtores, organizar ideias, debater possibilidades e
estabelecer prioridades, construímos a proposta do Grito Rock Braga buscando a
maior convergência com os demais Gritos (aderindo a algumas Campanhas que fazem parte do projeto) e fomos em busca de
parceiros e de outros tipos apoios. Nosso primeiro parceiro em Braga foi a CEJ
que nos deu um grande apoio institucional e agregou bastante valor ao projeto,
pois trata-se de um nome de peso que nos abriu muitas portas. Em consequência,
novas parcerias foram sendo estabelecidas: Fnac Portugal (exibição do #CineGrito), Casa dos Coimbras (realização o #GritoSarau), Insólito Bar (noite de #GritaPotugal) e Carlsberg.
Como já
enfatizado anteriormente, o apoio dos parceiros demonstra que Braga está aberta
a novas iniciativas, especialmente àquelas protagonizadas pelos e para os jovens,
que estimulem e fortaleçam o cenário cultural da cidade. No entanto, em meio a
todo esse processo, eis que surge nosso segundo desafio: dia 25 de fevereiro,
última noite do Festival Grito Rock Braga, acontecerá em Guimarães o show do conhecidíssimo
Michel Teló.
A princípio
ficamos um pouco inseguros por realizar um festival independente na mesma data
que o criador do maior hit internacional dos últimos meses se
apresentará na cidade vizinha. Agora, nos divertimos com o fato de isso ser uma
“batalha” simbólica, onde poderemos mostrar que o Brasil vai muito além das
produções comercias massificadas e tem muitos outros projetos interessantes que
devem ser valorizados.
É nesse sentido
que encaramos o Grito Rock como um projeto a ser vivenciado e estimulado, visto
que tem se demostrado capaz de integrar produtores e agentes culturais,
valorizar as diversas linguagens artísticas, promover a diversidade cultural e
o trabalho autoral, bem como fortalecer o intercâmbio de tecnologias para o
desenvolvimento da cena independente.
Assim,
esperamos que esse festival consiga atingir o objetivo de estimular o
intercâmbio cultural entre a Europa e as Américas. Desejamos que essa seja uma
semente plantada para que muitas outras iniciativas floresçam e deem frutos. Os
desafios são grandes, os desejos são maiores ainda. Vamos fazer esse grito
ecoar!
#GRITAPORTUGAL
Texto escrito por: Taís
Capelini
sucesso pleeeeeeeeeeets!!!adorei o texto e a iniciativa!!!!!!!bota esse mundo pra girar, sua maluuuuuucaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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