No dia de abertura do Grito Rock Braga, o auditório da loja
FNAC do Braga Parque registou uma afluência notável de jovens de todas as
idades e nacionalidades, prontos para acolher o projeto CineGrito. O evento arrancou com algumas declarações dos produtores
do festival. Renato Bellinelli salientou a importância da cidade de Braga
enquanto Capital Europeia da Juventude para implementar o Grito Rock na Europa: “ a iniciativa de trazer esta forma de
organização na produção cultural, que tem um caráter mais colaborativo e
desenvolvida por jovens artistas no Brasil, surge como a tentativa de um
pontapé inicial para que se comece um intercambio entre a América Latina
e Europa, fazendo com que os artistas busquem nos coletivos o canal para a
divulgação de seu trabalho. A ideia é que consigamos mobilizar pessoas em
Braga que se interessem em manter essa ponte que foi aberta afim de começarmos
a implementar a criação de pontos de transformação cultural local fazendo com
que ocorra uma democratização do acesso à produção cultural independente,
explorando os conceitos de economia criativa e difundindo para o resto do continente
europeu.”
O CineGrito serviu para exibir, pela primeira vez em Portugal, o
filme “Bollywood Dream – O sonho Bollywoodiano”, de Beatriz Seigner. Fruto de
uma coprodução entre o Brasil e a Índia, a história centra-se num grupo de três
jovens atrizes brasileiras imigrantes na Índia que, na busca de trabalhos na
área do cinema, vêm-se envolvidas num choque de culturas que as leva a uma
viagem de auto-descoberta. O filme tem a particularidade de ser contado num
registo documental, num estilo “câmara na mão”, apesar de ser uma história de
ficção representada. A apresentação da longa-metragem independente insere-se no
contexto do Compacto.Cine, uma
iniciativa destinada a promover o cinema independente brasileiro. “Para nós é
importante a todo momento mostrar essa transcedentalização à cultura de massa e
qual melhor forma que não exibindo as produções independentes brasileiras,
sejam elas na música, literatura ou cinema”, afirmou Renato Bellinelli.
Quer a película quer a iniciativa
foram bem recebidas por parte do público presente. Alexandre Amaral, um dos
espectadores da sala, achou “muito boa a ideia de produção cultural
independente, apesar de ser uma iniciativa que surgiu e cresceu por todo o
Brasil. Por enquanto estou adorando”, concluiu. Já Julio Martinez, que estava
só de passagem pela FNAC, ficou “interessado pelo filme” e confirmou presença
nos próximos eventos que o Grito Rock
Braga irá promover.
Taís Capelini e Renato Belineli
consideraram o primeiro dia do Grito Rock
Braga como um sucesso, referindo que “ o mais interessante é que o festival
é mais conhecido no Brasil, e nós tivemos muitos portugueses a fim
de prestigiar, mostrando que o evento já começa sendo bem visto pelas pessoas.
Não só tivemos brasileiros presentes, mas também italianos e espanhóis, o
que ajuda a difundir ainda mais a ideia do colaboracionismo e mostra um pouco
de nosso cinema independente”.
Relembramos que sexta-feira decorre
o GritoSarau, na Casa dos Coimbras,
às 21h30.
Escrito por: Alexandre Vale
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